Cultura é o maior ativo de qualquer negócio.
Atualmente, vejo muitas empresas em busca dos pilares para construir uma cultura de inovação. Quando resgatamos o conceito básico de cultura, nos primórdios das ciências sociais, temos que a definição de cultura é o conjunto de comportamentos e valores. Diante deste raciocínio e contra todos os vieses intuitivos, o maior investimento que uma organização deve fazer para construir uma cultura de inovação é nos seres humanos e não na tecnologia.
Máquinas não possuem valores ou comportamentos, seres humanos sim! A base da construção para uma cultura de inovação está no cultivo dos valores que definem, de maneira intrínseca e direta, o nosso comportamento no dia a dia, se queremos comportamentos inovadores, devemos cultivar valores que despertem e ancorem a inovação.
Separei neste artigo 3 valores que atuam como pilares dentro de uma cultura de inovação, bem como os comportamentos eles direcionam.
VALOR – Curiosidade
Esta é uma das principais características dentro de uma cultura de inovação. Pessoas curiosas elevam a sua capacidade de aprender, estão sempre em busca do “porquê”, dos princípios e da lógica de funcionamento do mundo ao seu redor. A curiosidade faz parte da nossa natureza, todos os seres humanos carregam essa virtude ao longa da infância, mas é algo que poucos acabam retendo durante a vida adulta. Curiosidade é a chave da porta de abertura para o novo.
COMPORTAMENTO – Mindset Beta Contínuo
Todo produto ou serviço, antes de ser lançado, possui uma versão Beta, um protótipo de teste que é disponibilizado para que os consumidores usem e aperfeiçoem suas funcionalidades e características antes do seu lançamento definitivo. Versão Beta significa algo que está em desenvolvimento. A priori, imaginamos essa versão como algo provisório e de vida efêmera, entretanto, serviços como o Gmail mantiveram sua versão Beta por mais de 5 anos.
Estamos sendo bombardeados por novas informações, conhecimentos, ferramentas e tecnologias a todo momento. Para maximizar a nossa capacidade de absorção de tudo que o mundo ao nosso redor pode oferecer, nossa mente deve estar em um estado de Beta contínuo, sempre aberta ao novo e em constante desenvolvimento.
As melhores ideias são apenas partes de uma ideia ainda melhor que simplesmente ainda não foi criada e esta em constante desenvolvimento. Termos a ciência de que a nossa mente é algo em desenvolvimento contínuo é o primeiro passo para prosperarmos em uma cultura de inovação.
VALOR – Coragem
Desafiar o conhecimento existente, encarar e quebrar os paradigmas, entender e assumir riscos dos impactos que o novo pode trazer para a nossa rotina. Coragem é um valor essencial dentro de uma cultura de inovação.
COMPORTAMENTO – Predisposição para aprender com os erros
Precisamos pensar nos erros de uma forma diferente. Eles são uma consequência inevitável de se fazer algo novo, sem eles não haveria originalidade.
Thomas Edison, inventor da lâmpada elétrica após mais de 1000 tentativas, ao ser questionado sobre a sua persistência neste projeto, que supostamente estava fadado ao fracasso, respondeu:
“Eu não fracassei, só descobri 1000 maneiras que não deram certo.”
Contudo, mesmo que aceitemos que o erro é parte importante do aprendizado, temos que reconhecer que ele é doloroso e nossos sentimentos a respeito desta dor tendem a impedir a compreensão do seu verdadeiro valor.
Para separar as partes boas e más do fracasso é preciso reconhecer a realidade da dor e os benefícios do crescimento resultante.
Erros só são válidos se geram aprendizado, os mesmos devem ser assumidos com responsabilidade dentro de um ambiente controlado e obedecendo a máxima:
“Fail fast and cheap” = “Falhe rápido e barato”.
VALOR – Ambição
“Se seus objetivos forem ambiciosos e ousados o bastante, até o fracasso será uma ótima realização”.
Esta frase é do Larry Page, fundador do Google e representa, e muito, a necessidade de termos a ambição como valor no processo e aprendizagem.
A ambição pelo conhecimento, pela alta performance, pela segurança, pela eficiência, é combustível no processo de busca pelo novo e alimenta a nossa resiliência frente às frustrações oriundas dos fracassos inerentes ao processo de busca pelo novo. Grandes empreendimentos são semeados e sedimentados em ambientes onde as pessoas são ambiciosas para criar, construir e contribuir para o crescimento do negócio.
COMPORTAMENTO – Espírito Empreendedor
A ambição nos leva a ter um comportamento diferenciado com a nossa performance, projetos e carreira, assumindo uma postura empreendedora, utilizando o nosso conhecimento como insumo para alavancar nossos resultados pessoais, profissionais e corporativos, tratando-os como empreendimentos.
O intraempreendedorismo que significa empreendedor interno, ou seja, empreendedorismo dentro dos limites de uma organização já estabelecida, é um sistema para acelerar o aprendizado e, por consequência, inovações dentro de grandes empresas, através do uso melhor dos seus talentos empreendedores e é um grande diferencial para pessoas e organizações que querem se destacar dentro do contexto exponencial que estamos vivendo.